quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Call for Papers| CfP "Juventudes e Músicas Digitais Periféricas" / "Youths and Peripheral Digital Music"



Cadernos de Arte e Antropologia

CfP "Juventudes e Músicas Digitais Periféricas" / "Youths and Peripheral Digital Music"

Guest Editors: Frank Marcon (UFS-BR), Livia Jiménez Sedano (INET-MD/UNL-PT), Otávio Raposo (CIES/IUL-PT)

Deadline: 31/05/2017

[SEE ENGLISH VERSION BELOW]

Nos últimos anos, uma série de ritmos musicais foram gerados e difundidos no triângulo pós-colonial entre África, América e Europa e que estão a triunfar a nível global: a kizomba, o kuduro, o rap, o funk, o forró, a salsa, entre outros. Tais expressões musicais têm se globalizado a um ritmo vertiginoso através das migrações internacionais e de plataformas comunicativas fundamentais na era/geração digital (Feixa, 2015) tais como youtube, spotify e facebook.

Esses ritmos têm invadido espaços sonoros quotidianos tanto na internet quanto em canais de televisão, rádios comerciais, espaços públicos e pistas de dança de ambos os lados do Atlântico (Kabir 2014). Ao incorporar-se a novos contextos, adquirem novos significados políticos e sociais, promotores de sociabilidades alternativas e estilos de vida inovadores, passíveis de, por vezes, subverter as dinâmicas de segregação urbana, racismo, pobreza e violência. Nesses trânsitos musicais, de pessoas e de experiências, também emergem questões de poder implicadas pelas diásporas e pelas memórias relativas ao colonialismo.

O papel de mediação de sentidos sociais através da música tem-se mostrado intenso nas pistas de dança, bares, ruas, bairros e lugares associados à presença migratória. Produtores, DJs, MCs, músicos e dançarinos são alguns dos agentes que dinamizam rituais de produção musical e reuniões dançantes, articulando polifonias de discursos e sentidos sobre tais experiências. As novas tecnologias e redes digitais são basilares nesses processos, ao propiciar que artistas vinculados a áreas marginalizadas dos centros urbanos possam romper o bloqueio da indústria cultural.

O objetivo deste dossiê é explorar desde os rituais de sociabilidade e performance protagonizados pelos jovens periféricos nos espaços mencionados; às suas narrativas discursivas, rítmicas e corporais; até os processos da economia da cultura numa perspetiva dos novos circuitos e experiências profissionais, bem como em termos de consumo cultural, representação política e disputas de poder. Também pretendemos debater o papel de certos atores nesses processos – produtores, músicos, dançarinos e djs -, cuja agência e produção cultural configuram novas formas de entendimento sobre a sociedade contemporânea. Para isto, partimos da perspetiva antropológica, embora interdisciplinar, aberta também as contribuições de outras disciplinas afins como a sociologia, a etnomusicologia, as ciências da comunicação, as artes e os estudos urbanos e da performance.
Como resultados esperados, pretendemos oferecer um panótico de perspetivas das diversas ciências sociais sobre as expressões artísticas ligadas à música digital, assim como contribuir para a reflexão mais geral sobre os modos pelos quais as esferas da arte e cultura adquirem um alto valor simbólico na configuração tanto de projetos profissionais como de "redes de significado" (Geertz, 2008) que servem de contraponto ao estatuto subalterno a que muitos são relegados. Pretendemos destacar, também, os papéis ocupados pelos jovens periféricos no manejo das músicas digitais, bem como as suas experiências e percursos de vida nos distintos contextos de poder implicados pela idade, pela classe, pela etnia, pela religião, pelo género e/ou pelo estilo de vida.

Para tanto, convidamos aos interessados nestas reflexões, que nos enviem suas contribuições à publicação do Dossiê Juventudes e Músicas Digitais Periféricas, nos formatos aceites pela revista Cadernos de Arte e Antropologia: Artigos, Ensaios, Ensaios (audio)visuais, Etno-artes e Diários de campo, com atenção às normas sobre sessões e as informações sobre submissão constantes no endereço eletrônico da revista.

Todas as contribuições deverão ser submetidas pelo portal da revista Cadernos de Arte e Antropologia e estar em acordo com as regras para submissão de artigos definidas no portal http://cadernosaa.revues.org/. Contato para esclarecimentos adicionais: marconfrank@hotmail.com.



In the last years, certain musical rhythms produced and diffused in the post-colonial triangle Africa-America-Europe have met great success at the global level: kizomba, kuduro, rap, funk, forró, or salsa among others. Those musical expressions have become global incredibly fast through international migrations and internet platforms such as the Youtube, Spotify or Facebook, which are essential in the digital era/generation (Feixa, 2015).

These rhythms have invaded common sonic spaces in the internet and on TV channels, commercial radio stations, public spaces and dance floors on both sides of the Atlantic (Kabir 2014). They acquire new social and political meanings as they are incorporated into new contexts, while giving rise to innovative ways of socialization. Sometimes, they make possible the subversion of urban segregation dynamics, racism, poverty and violence. In those movements of music, people and experiences, there are also power issues related to the diasporas and memories of colonialism that emerge.

The role of music as mediator of social meanings has proved to be intense on dance floors, bars, streets, neighbourhoods and places where migrants are present. Producers, DJs, MCs, musicians and dancers are some of the agents who promote rituals of music production and dance meetings. In this way, they articulate a polyphony of discourses and meanings of those experiences. New technologies and digital networks are basic to these processes, as they help break the cultural industry barriers for artists living in marginalized areas of the cities.

The objective of this Special Issue is to explore the following: the rituals of sociability and performance in the above-mentioned contexts; the discursive, rhythmic and bodily narratives; the processes of cultural economy from the perspective of the new circuits and professional experiences, as well as the ways of cultural consumption, political representation and power struggles. It is also our intention to debate the role of certain actors in all these processes-producers, musicians, dancers and DJs-who become agents in the configuration of new ways of understanding contemporary society. Our starting point is the anthropological perspective but it is open to an interdisciplinary analysis. Contributions from other disciplines such as sociology, ethnomusicology, communication sciences, arts, urban and performance studies are welcome.

The expected results are two: offering a panoptic of perspectives from diverse social sciences about artistic expressions related to digital music and contributing to a larger reflection about the way art and culture acquire a high symbolic value in professional projects and "networks of meaning" (Geertz, 2008) compensating the subaltern status of many young people. We also wish to highlight the role that peripheral youngsters play in the management of digital music and their life experiences in the diverse contexts of power relations that go through age, class, ethnic, religious, gender and life style axes.

We invite those interested in these reflections to send us their contributions for the Special Issue "Youths and Peripheral Digital Music". Accepted formats include: articles, essays, (audio)-visual essays, ethno-arts and fieldwork diaries. Please check the journal´s guidelines for authors on the website before submission. All contributions should be submitted online and follow the rules for submission indicated on the journal's website (http://cadernosaa.revues.org/). For further information, please contact: marconfrank@hotmail.com.


--
Cadernos de Arte e Antropologia – http://cadernosaa.revues.org/
CadernosAA on Facebook – https://www.facebook.com/CadernosAA


Palestra Reconhecimento, classificação e território


O grupo de pesquisa em Etnologia Indígena, do Programa de Pós-graduação em Antropologia Social, convida para a palestra "Reconhecimento, classificação e território: notas de pesquisa sobre indígenas e quilombolas" do professor José Mauricio Arruti (UNICAMP) que acontecerá no dia 3 de março, no auditório Paulo Décio do ICS, às 19h.




Mais informações: secretaria.ppgasufal@gmail.com



Total de visualizações

Seguidores

Tecnologia do Blogger.